segunda-feira, setembro 25, 2006

Um compromissso para Portugal

Ocorrem-me alguns exemplos que deviam ser exigências de um verdadeiro "compromisso Portugal". Alguns foram contemplados na proposta dos "beatos", outros, hélas, dependem deles, nomeadamente ao nível dos preços e salários praticados. Esta não é uma lista exaustiva. É só isso, exemplificativa.
- Qualidade e preços das telecomunicações e ligações à internet semelhantes às que se praticam no resto da Europa (e não os escandalosos preços que se praticam em Portugal);
- Preço dos combustíveis alinhados com os da vizinha Espanha;
- Preços da energia eléctrica nivelados com a média europeia;
- Extinção de impostos absurdos (por exemplo, Imposto Municipal sobre Transacções, Imposto de Selo, Imposto Automóvel)
- Redução do nível fiscal (nas taxas de IVA, IRS e IRC)
- Nivelamento salarial com a média europeia (uma vez que os preços pagos pelos portugueses, esses, já há muito estão nivelados)
- Extinção automática dos cargos dos 15 administradores vitalícios da EPUL (e dos milhares de chupistas que enriquecem à nossa custa, mamando de teta seca, um pouco por todo o lado)
Assim, com mais dinheiro disponível, com menos "chupismo" do Estado, das empresas - por conta dos baixos salários - e dos crónicos subsídio-dependentes, os portugueses, em querendo, podem empreender, criar riqueza, consumir mais, optar por planos privados de saúde e segurança social, viajar e ganhar mundo, produzir cultura...
Em suma, viver melhor. E, nessa altura, não vão precisar tanto do Estado.

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6 ComentÁrios:

Blogger Rantas disse...

Imposto Municipal sobre Transacções, Imposto de Selo, Imposto Automóvel - impostos absurdos? Como assim?
Vejo, com agrado, que te puseste no lugar dos senhores do Compromisso - uma série de lérias sem explicar minimamente como se chega lá. Cuidado, por este andar tornas-te admnistrador de uma porra qualquer!

25 setembro, 2006 13:45  
Blogger El Ranys disse...

Caro,
Como tu bem sabes, quando estás a comprar uma casa para ti e/ou família, vais pagar uma catrefada de impostos quase inimaginável. Deixarei aqui, em posta, a lista. A maioria dos portugueses (na qual me incluo),compram casa à custa de endividamento e grandes sacrifícios. Onerar essa compra com o IMT parece-me "chupismo", absurdo mesmo, diria. Uma casa é um bem essencial;
Imposto de Selo: mas porque raio se paga Imposto de Selo? (por exemplo, imposto de selo sobre utilização de crédito - para a aquisição de habitação, por exemplo);
Imposto Automóvel: caso claríssimo de dupla tributação. Sobre a aquisição de um automóvel,pagas IVA e este IA. Porquê?

Outras medidas de que falei: redução de preços (telecomunicações, combustíveis, energia eléctrica) - esta é fácil, basta as empresas que produzem e/ou prestam estes serviços baixarem os preços. Porque diabo são estes produtos/serviços mais caros em Portugal que na maioria dos restantes países da UE?

Redução do nível fiscal (IRS, IRC IVA) e aumento dos salários reais e poder de compra - andam de mão dada, talvez. Não?

Menos necessidade de "Estado", menos necessidade de financiamento do Estado (La Palisse?)

Tudo lérias?

25 setembro, 2006 14:42  
Blogger El Ranys disse...

Ah, desculpa, esqueci-me de acrescentar um pormenor essencial:
Eu não sou como a maioria dos senhores do "compromisso". Sou trabalhador "dependente". Pago todos os impostos que devo, não recebo subsídios, não vou a hospitais públicos (tenho um plano de saúde privado), pago portagens quando ando nas estradas, pago taxas de resíduos sólidos, pago as minhas contas e facturas, pago tudo e mais alguma coisa e de pouco ou nada do que é "público" usufruo de graça.
Entendo os impostos que pago como "solidaredade" para com os que têm menos do que eu, irrita-me que esteja também a pagar os desmandos daqueles que têm mais (15 administradores vitalícios da EPUL, por exemplo, ou muitos dos senhores do compromisso). Acho que me estão a ir descaradamente ao bolso. É só isso, que não é pouco.

25 setembro, 2006 14:53  
Blogger Nelson disse...

hmmmm.... não foi por muito, mas acho que acertaste um bocado ao lado. Senão, vejamos:

1. Nalguns casos referes-te ao nivelamento da média europeia, noutros defendes o nivelamento com espanha. Nem seria mau, desde que a discrepância fosse justificada.

2. Na maioria dos países europeus a carga fiscal (IRS) é superior à que se pratica em Portugal. Mesmo no que diz respeito ao IVA, o caso de Espanha é excepcional, a maioria dos países tem IVA próximo do nosso, alguns até mais alto (Dinamarca = 25%, França = 19,6%, para citar 2)

3. Todos os países têm esses "impostos absurdos"; o imposto de selo e o imposto automóvel existem em todo o lado. Pode criticar-se o nível do IA, bem como o facto de se pagar IVA sobre o IA, mas não a existência do imposto em si mesmo.

4. O custo de vida está nivelado. Desafio-te a viver 1 ano em qualquer estado-membro que te sirva de comparação para salários e usá-lo como comparação de preços. Exemplos: 1 cerveja em qualquer bar em França: 5 euros; tabaco: 5 euros; refeição no restaurante: nos restaurantes de turcos (equivalente ao tasco português em termos de comparação): 15 euros; noutros restaurantes: 20 a 30 euros. Preço da carne de vaca no supermercado: cerca de 15 a 20 euros o quilo; carne de porco: cerca de 10. E se fores para a Alemanha (um pouco mais barata) o nível de vida é igualmente mais caro. Bélgica, Luxemburgo, Holanda: todos mais caros que a França.

Comparemos sim, e vamos exigir, mas com justificações válidas. Não com demagogias.

PS: morei 1 ano em França. Conheço bem o seu nível de vida. E já me passeei por 8 ou 9 estados-membros; mesmo na recém-chegada Rep. Checa o nível de vida é elevado, pelo menos na turística Praga. Eslováquia e Hungria são baratas mas têm ordenados que valem 1/3 dos nossos.

25 setembro, 2006 15:02  
Blogger El Ranys disse...

Caro Nelson,

Como tenho de começar por algum lado, é já por aqui: o escalão máximo do IVA, em Portugal, é 21% (superior, portanto, aos 19,6% de França).

Quanto ao alinhamento com Europa ou Espanha, só nos combustíveis referi esta última. Se queres pegar por aí...

Felizmente, também eu tenho a felicidade de já conhecer grande parte dos estados mebros. E de outros estados. Imagina, até fora da Europa. Diria mesmo que sou um gajo viajado, se me permitires.

E, quando falo em custo de vida, falo em "cabaz de produtos essenciais". Garanto-te que ir ao supermercado em Espanha, França, Alemanha, you name it, abastecer a casa não fica mais caro do que em Portugal e, em muitos casos, fica mais barato.

De qualquer modo, sempre te posso dizer que comer num qualquer tasco do centro de Berlim não fica muito mais caro do que em Lisboa.

Tu preferes falar da cerveja, do tabaco ou dos resturantes. Pois...

Tens visto os preços do quilo de carne (de vaca ou de porco, o que quiseres) nos supermercados portugueses? - Desculpa, mas parece-me bem que não.

Bélgica, Holanda, Itália, Espanha (Inglaterra e países escandinavos serão excepção), em todos o custo de vida não é SIGNIFICATIVAMENTE superior ao português.

Com a diferença, claro, que eles recebem três vezes mais do que nós.
E têm um Estado que funciona na saúde, na justiça, na educação...

Quanto à existência (ou não) de imposto de selo em todos os países, é coisa que não posso discutir. Na realidade, desconheço. Mas a pergunta continua válida: porquê um imposto de selo?

Quanto à existência de IA em todos os países, como se explica então o facto de termos dos preços finais ao consumidor dos automóveis mais elevados da Europa? Penso que o modelo de outros países assenta exclusivamente no IVA, abdicando do IA (que constitui dupla tributação), ma não estou seguro.

Continuo na minha: no conjunto, o que disse faz algum sentido, parece-me. Ou não?


PS: não leves a mal este tom acalorado. É só o gosto arrebatador pelo debate de ideias.
Não te acanhes e continua a dizer de tua justiça.

25 setembro, 2006 15:33  
Anonymous Anónimo disse...

Caro Nelson nao deves de facto levar a mal o tom acalorado do Ranys: é mesmo entusiasmo. Mas sobretudo nunca discutas literatura com ele; ai és mesmo capaz de levares um carolo.

Qunto a argumentaçao e no essencial concordo com o Ranys. Na maoir parte dos paises membros (fiquemos pela Euro 15) o nivel de vida, ou se quiseres a qualidade de vida, é melhor. De facto tudo aquilo em que os custos de producao assentam essencialkmente na mao-de-obra (restaurantes, taxis...) a coisa torna-se um pouquito mais cara. Quanto ao resto, e naquilo a que convencionalmente se chama o cabaz de compras os precos estao ja bastante alinhados. Depois ha ainda toda uma serie de servicos publicos que funcionam nitidamente melhor: Educaçao, Saude e Justiça (para citar aqules que considero de maior importancia).

Isto no fundo é como o Ranys diz: uma questao de prioridades. Enquanto uns dao mais importancia as bejecas outros preferem ter garantido um bom serviço de saude....

(pronto este ultimo comentario foi mauzinho e nao passa dum desabafo emigra)

25 setembro, 2006 20:09  

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