segunda-feira, junho 27, 2005

Peçonha

Há pessoas que são, para mim, um mistério. Aquelas para quem a mentira, a sacanice, a pulhice e a manipulação fazem parte do quotidiano. Normalmente, dissimulam a sua índole peçonhenta com sorrisos e falsas cumplicidades (instrumentos de precisão cirúrgica ao serviço de uma teleologia da dominação), que servem apenas como engodo para atrair as vítimas.
Já tenho idade para ter aprendido alguma coisa sobre a natureza humana, mas não deixo de me surpreender...
Todos temos a maldade dentro de nós, mas uns exercitam-na mais do que outros. Resistir à tentação de me "juntar a eles", já que com "eles" não posso, tem sido uma luta difícil. Mas da qual, fatalmente, terei de sair vencedor. É uma questão de consciência. De chegar a casa e conseguir beijar quem amo sem a culpa dos traidores (de quem se trai a si próprio). De conseguir adormecer em paz, porque mais um dia passou e eu resisti. É a minha natureza.

domingo, junho 26, 2005

Sin City

Sin City é mesmo um filme negro, em que a única cor que ressalta é a do sangue, que jorra a litros. É um filme excessivo, como costumam ser os filmes de Robert Rodriguez. Além disso, destacam-se neste filme as putas: são todas lindas.
De resto, é um filme de que não gostei. O excesso mata.

sexta-feira, junho 24, 2005

Os preferidos

Copiando algures o código HTML, consegui já introduzir no Revisão duas ligações a blogs que sigo atentamente desde que descobri este mundo: "Bomba Inteligente" e "Aviz". Outros se seguirão. Pelo menos, aqueles que leio quase diariamente têm de fazer parte da lista. Quer isto dizer que ainda tenho muito trabalho pela frente.
Isto vai devagar, mas vai...

quinta-feira, junho 23, 2005

Mondovino

Só agora (bem, a semana passada) vi Mondovino, o filme de Jonathan Nossiter. Em boa hora. Penso que só está em exibição no King e que os que não viram ainda vão a tempo.
Um filme-documentário "a la" Michael Moore - mas, na minha opinião, para melhor em termos de realização - e militante na luta anti-globalização. Feito com um ponto de vista muito específico, oferece aos espectadores uma galeria de personagens notáveis. O meu preferido é o velhinho Hubert Montille.
A realidade (ou o que dela é filtrado pelo olhar do autor) em Mondovino é muitas vezes melhor que a ficção. Com alguns momentos/tiradas de puro humor, vê-se com muito prazer, como quem saboreia um copo de bom vinho. De preferência, um que não seja "micro-oxigenado" (eis um dos grandes mistérios com que nos confrontamos na trama urdida por Nossiter, a micro-oxigenação - um dia, ainda vou descobrir o que isso é).

terça-feira, junho 21, 2005

Comboio de alforrecas

A ver se percebi bem:
1º acto: três meliantes tentam assaltar um homem numa estação da linha de Sintra. O homem resiste, não é assaltado e entra no comboio. Os três meliantes seguem-no e, com a composição já em movimento, começam a agredir a vítima (que os terá reconhecido).
2º acto: perante as agressões, os passageiros entram em pânico. Alguém acciona o alarme, o que faz imobilizar o comboio antes deste chegar à estação seguinte. Em plena via, os passageiros começam a saltar das carruagens, empurrando-se uns aos outros. Alguns acabam feridos.
3º acto: alguns momentos depois, a polícia prende os meliantes, num salão de jogos, onde contavam o seu "acto heróico" aos amigos.
Moral da história: num comboio cheio de passageiros, ninguém - para além de um único homem, por sinal a vítima da tentativa de assalto - fez frente a três bandalhos. A preocupação das pessoas foi fugir rapidamente, saltando do comboio imobilizado para a via. Por estes dias - e um pouco por todo o mundo - a coragem e o dever de auxílio andam pelas ruas da amargura... (e não, não sou nenhum herói, mas caramba, desde quando um comboio de gente foge de três estroinas delinquentes?!?)

segunda-feira, junho 20, 2005

O estado da Europa

NON! NEE!
Assim, em francês e neerlandês, um rotundo não.
Ainda que ninguém, até hoje, me tenha perguntado nada sobre a Europa - nada sobre a adesão, nada sobre o Euro, et caetera - aproveito a onda para dizer algumas coisas sobre a dita.
O alargamento - Tudo muito bem, quantos mais melhor, mas... a Turquia? Aprendi na escola que a Europa ia de Portugal aos Urais e que não atravessava o Bósforo. Entretanto, deve ter aprendido a nadar...
Porque não começar a pensar também na adesão de, sei lá... Israel, por exemplo. Assim como assim, já faz parte da UEFA e participa no festival da Eurovisão...
E Marrocos, aqui tão perto? E a Líbia, podia pensar-se na Líbia...
O dinheiro - Mais de 40% dos fundos comunitários são sorvidos pela PAC. Mais de QUARENTA POR CENTO! Ganham, sobretudo, os agricultores franceses, pobrezinhos... Contra isto, os ingleses exigiram o "cheque britânico". É justo, coitadinhos... Em contrapartida, os países que aderiram recentemente, na discussão das perspectivas financeiras 2007-2013, prescindiram das tranferências europeias do fundo de coesão ("so I heard..."). Eu não sei, mas também é capaz de ser justo...
A política externa comum - Depois da triste figura europeia face aos episódios na ex-Jugoslávia (genocídios e essas coisas) ou às posições antagónicas relativas ao Iraque, todos acreditamos que a política externa comum é já a seguir. É que é mesmo já a seguir.
A harmonização fiscal como instrumento de uma real integração económica e de um mercado comum em verdadeira concorrência - A quêêêêê?????
Jaquinzinhos e petinga - Adoro e continuo a comer em muitos restaurantes portugueses. Normalmente, acompanhados por arroz de feijão ou de tomate. Não tinham sido proíbidos pela Europa?
A Constituição - Pois... por acaso, até já li o resumo do documento, fornecido pela própria UE (http://europa.eu.int/constitution/index_pt.htm). Tenho que me atirar ao texto completo, quando tiver tempo. Por enquanto, e dando início às sondagens sobre a questão, indico que o meu sentido de voto aponta para o... NIM.
Porque, pelo menos para mim, mas creio que para a maioria dos europeus também, o problema não tem a ver com a Constituição propriamente dita, com o que lá vem plasmado. A rejeição tem a ver com aquilo em que a Europa se vai tornando, uma feira de vaidades de líderes bufos como Blair, Chirac ou Schroeder que - face a temas como os acima expostos - ninguém entende e onde ninguém se revê. Mas isto sou eu, que não percebo tanto destas coisas como o dr. Pacheco Pereira...

Comentários

A pedido de várias famílias (bom, foi só uma família...um membro de uma família...), a partir de hoje, e à experiência, todos os leitores, mesmo que não registados no Blogger, podem comentar os posts do Revisão da Matéria.
Seria simpático, no entanto, escolherem nos comentários a opção "other" e identificarem-se de alguma forma, o que permite saber quem comenta, o que comenta e quando comenta.

terça-feira, junho 14, 2005

Que bom

Depois de quatro dias de descanso, nada melhor do que quatro dias de... férias, seguidos de um fim de semana. Há raros momentos na vida de quem trabalha que são felizes assim, passados de forma indolente. Ler, passear, ouvir música, pôr os filmes em dia. O trabalho pode até realizar-nos, mas dias destes (talvez porque raros) preenchem os sentidos e retemperam. A paz anda por aqui.

Traços brancos

Podem ainda não ter reparado, mas se prestarem atenção, verão que estão a ser repintados inúmeros quilómetros de faixas brancas nas ruas e avenidas de Lisboa. Não sei até que ponto, mas esta medida contribui, com certeza, para a diminuição da sinistralidade. E faz de Lisboa uma cidade (um pouco) mais civilizada.

sábado, junho 11, 2005

Bokassa da Madeira

O grunho da Madeira chamou bastardos (para não lhes chamar filhos da puta, esclareceu, o que é o mesmo que chamar-lhes filhos da puta) aos jornalistas.
A "ilustre classe" amuou e foi a correr chamar o "pai" (Jorge Sampaio): - "Papá, aquele senhor gordo e feio chamou-me nomes...". Mariquinhas!
Porque é que a "ilustre classe" não cresce e intenta processos, na justiça, contra o aborto da Madeira?
Instado, o Presidente da Nação nada disse. Não comentou, porque, provavelmente, não quis descer ao nível do troglodita insular. Não esteve para se chatear em fim de mandato. Mas alguém votou no homem para lhe poupar chatices?
Menos mal esteve Marques Mendes, que vai somando pontos ao não alinhar em "compadrios" partidários reles e interesseiros.
Alberto João deve estar a rir-se alarvemente, enquanto vai soltando uns peidos e uns arrotos. Não percebe o quão rasca é. Tem feito um bom trabalho na Madeira, onde nada falta, mas à custa dos estúpidos dos "cubanos", que somos nós. Se as medidas de contenção também chegarem à região, com cortes nas transferências orçamentais e limitações ao endividamento, vão ver como o sapo balofo da Madeira começa a desinchar rapidamente.
Por mim, estou farto de pagar o ordenado deste boçal.

quinta-feira, junho 09, 2005

Despedida

Gostava de me poder despedir de Barbosa e Rui Jorge, com uma grande salva de palmas por tudo o que deram ao clube, em pleno estádio José de Alvalade XXI.
Assim eles estejam dispostos a isso - por consideração e respeito aos sócios e adeptos que sentem como eu. Deixo aqui a ideia de uma homenagem no início da próxima época.
Uma nota: Barbosa deixa o clube dizendo que já tinha tomado essa decisão há uns dias atrás, porque não se identifica com algumas das pessoas que fazem actualmente parte da estrutura. Não gosto de ler esta informação, porque começo a identificar uma série de críticas a Paulo Andrade e a Peseiro. Mas, se assim é, porque razão não disse logo que não continuava no clube? Esteve à espera de quê?
De qualquer modo, recordarei sempre Barbosa de verde e branco, com ou sem braçadeira de capitão, preguiçoso umas vezes, mas dono de uns pés que encantaram várias vezes a bancada e de uma forma de jogar inteligente. E é disso que o futebol vive, do jogo jogado para o espectáculo.
Já aqui escrevi: tudo tem um fim. Obrigado, Barbosa e Rui Jorge, voltem sempre. Nós, sócios e adeptos, gostamos de vocês.

sexta-feira, junho 03, 2005

Renovações

Afinal, tenho que que voltar ao futebol. Mais exactamente, ao Sporting.
Para expressar que a caricata tentativa de entregar cartas de exercício do direito de opção por mais uma época aos jogadores Varela e Valdir, em pleno estágio da selecção sub 21, a destempo e a desoras, não me deixa nada tranquilo relativamente àquilo que eu sempre acreditei ser o forte do SCP: a gestão.
Que passa, também (com excelentes resultados, refira-se), como sempre definido no "projecto Roquette", pela aposta na formação.
Varela e Valdir são jogadores que se vão afirmando nas selecções jovens. Têm valor e uma ampla margem de progressão. São (foram) formados nas escolas do Sporting. Bem sei que nem todos os jovens que estão em circunstâncias idênticas poderão chegar à equipa principal. Mas estes dois deviam passar pelo menos uma época no plantel sénior, serem melhor estudados e analisados pelo treinador.
As saídas de Carlos Freitas e da responsável do departamento jurídico indiciam que algo vai mal no reino do leão. Este episódio, de pura incompetência e desleixo, relativamente à renovação de contratos de jovens jogadores, é sintomática. A forma como Rui Jorge foi tratado também não abona em favor dos responsáveis.
Não sei exactamente o que se passa - sou um mero sócio do clube (com lugar cativo) - mas cheira-me que alguém está a fazer mal o seu trabalho. Dr. Dias da Cunha, tenha muita atenção...
Que saiam o Hugo, o Niculae, o Pedro Barbosa, o Mota, o Rui Jorge, o Hugo Viana (muito caro) e o Sá Pinto, compreendo e acho até defensável (confesso que, de todos, o que me custa mais é o Barbosa, mas tudo tem um fim), desde que tratados com o respeito que merecem, sobretudo os que têm mais anos de Sporting.
Que o Liedson reincide numa má atitude, que me desagrada profundamente, podendo por isso justificar-se a sua venda (os 8 milhões parecem-me bem), também aceito. Que o Ricardo seja vendido por bom preço...estupendo. Até que se faça um bom negócio com o Douala, compreendo.
Agora, a venda do Beto ou do Enakharire (excelente jogador), e a incúria quanto a jovens jogadores formados pelo Sporting, parece-me tudo má gestão - começando logo pela desportiva, onde o responsável será, creio, José Peseiro.
Porquê o Edson, se Valdir é bom e é nosso? E temos ainda o Paíto...
Não estou contente com os gestores do SCP. Nada contente