sexta-feira, agosto 24, 2007

Só temos um problema

De vez em quando, depois de jantar, tenho ido a um larguinho aqui ao pé de casa jogar à bola com o pequeno gnomo. A sua técnica de remate não é apurada, mas consegue já imprimir alguma potência nas biqueiradas.


Estávamos nós a jogar à bola quando apareceu um puto, com cerca de 6 anos, a perguntar se podia jogar connosco. O pequeno gnomo entusiasmou-se com a ideia (julgo que não serei a melhor companhia para dar chutos a uma bola...), mas de repente parou e, muito sério, disse ao miudo - "Podes jogar, mas temos um probema". "Um problema?", perguntou o outro; "sim, é que eu chuto a bola com muita força, eu sou muito forte", disse o pequeno gnomo, muito consciencioso do risco que o outro iria correr, ao sujeitar-se ao seu pé-canhão de 4 anos...

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quinta-feira, agosto 23, 2007

Demonstração da existência de Deus

Estou de férias.
É um período pouco dado a pensamentos teológicos, bem sei, mas devo dizer que passei por uma experiência religiosa inolvidável. Finalmente, agora acredito piamente que Deus existe.

Para uma mente simples, pouco exigente e não talhada a religiosidades profundas, a prova em como Deus existe poderia limitar-se ao facto de estar a passar férias num apartamento no Algarve que pertence aos meus sogros - ou seja, a estadia é de borla.

No entanto, não me satisfaço com isso. Isso para mim não demonstra que Deus existe e que é bom para mim. Ná, não me rendo tão facilmente. Armado com o meu espírito científico (sim, apesar de me ter licenciado em Economia, gosto de acreditar que tenho um espírito um bocadinho científico), estava à espera de uma prova definitiva e inquestionável.

E ei-la, a prova! No apartamento onde estou, existe um esquentador. E uma banheira com chuveiro. Quando estou a tomar banho, acontece sempre a mesma coisa - a água está quentinha, passo o controlo para o chuveiro e nem passam dois minutos para que a água esteja gelada. O esquentador continua ligado, não há fuga possível para a água quente. Se mantiver a água a correr na torneira da banheira, ela continua quente. Em qualquer outra torneira da casa - lavatório da casa-de-banho, cozinha - a água quente flui ininterruptamente. Quando passo para o chuveiro - pimba! - água fria.

Este facto tem-me feito pensar bastante no sentido da vida, para onde vamos e de onde viémos, para além de me interrogar sobre o que se passará nos canos, no chuveiro, no esquentador.

Cheguei à conclusão que o que se passa viola todas as leis da física. É, portanto, um sinal divino da presença de uma entidade superior. Deus existe. E não me grama, o velhote.


Nota - Esta história de chamar "velhote" a Deus não é original. É um plágio descarado de um texto dos Gato Fedorento. Desculpem a explicação, mas... eu chamo-me Luis, sim, mas não me chamo Filipe Menezes.

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