sexta-feira, setembro 22, 2006

M' Espanto às vezes

Concordo com José Pacheco Pereira nesta sua análise ao "Compromisso Portugal".
Os gestores e, em muito menor medida, empresários (importante distinção) que se reunem no Beato têm à sua disposição os meios necessários para "fazer política". Não a querem fazer dentro dos partidos existentes? Pois que fundem um, ou que organizem acções cívicas que contribuam efectivamente para melhorar o país. Mais uma vez, eles têm os meios.
Falar perante plateias perfumadas a Bulgari e vestidas na Ermenegildo Zegna, mobilizar a comunicação social que veste no mesmo sítio e usa o mesmo perfume, para anunciar programas sem fornecer os instrumentos, é manifestamente pouco.
Por exemplo, reduzir em 200 mil o número de funcionários públicos: sim senhor, genericamente de acordo. Mas como? Em que áreas e serviços? Quem - e como - paga as indemnizações e subsídios? Como se resolve o problema social criado?
Falar é bom, fazer é melhor.
Os gestores da banca, por exemplo. Porque não propõem eles o fim dos benefícios fiscais de que o sector usufrui em sede de IRC? Porque paga a banca metade do que é cobrado a outras empresas? Por causa dos esforços de modernização? Mas não é a banca um dos sectores em que Portugal já dá "lições" de modernidade e competitividade?
Em suma, faz o que eu digo, não faças o que eu faço. Não é, António Carrapatoso das dívidas fiscais prescritas? (alguma vez ouviu falar em obrigações naturais?)

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1 ComentÁrios:

Blogger Alex disse...

É tudo verdade. Parece um congresso das elites, um passar de modelos de sucesso, a quererem ser mais papistas que o Papa!
E no entanto... Nós em Portugal não estamos muito habituados a que grupos de cidadãos falem, opinem, sugiram. Se calhar seria bom que houvesses mais grupos de pressão. Só ouço as instituições a falarem.
Não temos sociedade civil.
Saúdinha

23 setembro, 2006 00:12  

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