M' Espanto às vezes
Concordo com José Pacheco Pereira nesta sua análise ao "Compromisso Portugal".
Os gestores e, em muito menor medida, empresários (importante distinção) que se reunem no Beato têm à sua disposição os meios necessários para "fazer política". Não a querem fazer dentro dos partidos existentes? Pois que fundem um, ou que organizem acções cívicas que contribuam efectivamente para melhorar o país. Mais uma vez, eles têm os meios.
Falar perante plateias perfumadas a Bulgari e vestidas na Ermenegildo Zegna, mobilizar a comunicação social que veste no mesmo sítio e usa o mesmo perfume, para anunciar programas sem fornecer os instrumentos, é manifestamente pouco.
Por exemplo, reduzir em 200 mil o número de funcionários públicos: sim senhor, genericamente de acordo. Mas como? Em que áreas e serviços? Quem - e como - paga as indemnizações e subsídios? Como se resolve o problema social criado?
Falar é bom, fazer é melhor.
Os gestores da banca, por exemplo. Porque não propõem eles o fim dos benefícios fiscais de que o sector usufrui em sede de IRC? Porque paga a banca metade do que é cobrado a outras empresas? Por causa dos esforços de modernização? Mas não é a banca um dos sectores em que Portugal já dá "lições" de modernidade e competitividade?
Em suma, faz o que eu digo, não faças o que eu faço. Não é, António Carrapatoso das dívidas fiscais prescritas? (alguma vez ouviu falar em obrigações naturais?)
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1 ComentÁrios:
É tudo verdade. Parece um congresso das elites, um passar de modelos de sucesso, a quererem ser mais papistas que o Papa!
E no entanto... Nós em Portugal não estamos muito habituados a que grupos de cidadãos falem, opinem, sugiram. Se calhar seria bom que houvesses mais grupos de pressão. Só ouço as instituições a falarem.
Não temos sociedade civil.
Saúdinha
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