O estado da Europa
NON! NEE!
Assim, em francês e neerlandês, um rotundo não.
Ainda que ninguém, até hoje, me tenha perguntado nada sobre a Europa - nada sobre a adesão, nada sobre o Euro, et caetera - aproveito a onda para dizer algumas coisas sobre a dita.
O alargamento - Tudo muito bem, quantos mais melhor, mas... a Turquia? Aprendi na escola que a Europa ia de Portugal aos Urais e que não atravessava o Bósforo. Entretanto, deve ter aprendido a nadar...
Porque não começar a pensar também na adesão de, sei lá... Israel, por exemplo. Assim como assim, já faz parte da UEFA e participa no festival da Eurovisão...
E Marrocos, aqui tão perto? E a Líbia, podia pensar-se na Líbia...
O dinheiro - Mais de 40% dos fundos comunitários são sorvidos pela PAC. Mais de QUARENTA POR CENTO! Ganham, sobretudo, os agricultores franceses, pobrezinhos... Contra isto, os ingleses exigiram o "cheque britânico". É justo, coitadinhos... Em contrapartida, os países que aderiram recentemente, na discussão das perspectivas financeiras 2007-2013, prescindiram das tranferências europeias do fundo de coesão ("so I heard..."). Eu não sei, mas também é capaz de ser justo...
A política externa comum - Depois da triste figura europeia face aos episódios na ex-Jugoslávia (genocídios e essas coisas) ou às posições antagónicas relativas ao Iraque, todos acreditamos que a política externa comum é já a seguir. É que é mesmo já a seguir.
A harmonização fiscal como instrumento de uma real integração económica e de um mercado comum em verdadeira concorrência - A quêêêêê?????
Jaquinzinhos e petinga - Adoro e continuo a comer em muitos restaurantes portugueses. Normalmente, acompanhados por arroz de feijão ou de tomate. Não tinham sido proíbidos pela Europa?
A Constituição - Pois... por acaso, até já li o resumo do documento, fornecido pela própria UE (http://europa.eu.int/constitution/index_pt.htm). Tenho que me atirar ao texto completo, quando tiver tempo. Por enquanto, e dando início às sondagens sobre a questão, indico que o meu sentido de voto aponta para o... NIM.
Porque, pelo menos para mim, mas creio que para a maioria dos europeus também, o problema não tem a ver com a Constituição propriamente dita, com o que lá vem plasmado. A rejeição tem a ver com aquilo em que a Europa se vai tornando, uma feira de vaidades de líderes bufos como Blair, Chirac ou Schroeder que - face a temas como os acima expostos - ninguém entende e onde ninguém se revê. Mas isto sou eu, que não percebo tanto destas coisas como o dr. Pacheco Pereira...
3 ComentÁrios:
Meu caro,
Fazendo jus ao convite de comentar os postes que por aqui vais deixando, começo mesmo por este. Achas mesmo que a "Europa", ou antes, a "CEE", tem uma raiz essencialmente geográfica, ou é acima de tudo um espaço cultural?
No primeiro caso, o que fazer à Sibéria, caso a Rússia adira um dia? "Aceitamos Russos, mas deixem lá os outros senhores à porta!". Faz lembrar o outro: "Proibida a Entrada a Visigodos". Será isto, a tal Europa? Um clube de privilegiados, com os direitos definidos por nascimento?
Não será uma coisa séria de mais para que seja totalmente regida por um acaso fortuito, de nascer na margem esquerda ou na margem direita de um estreito, de um rio, de um mar?
No segundo caso - a hipótese cultural. Pois há-de ser concerteza! E a identidade cultural, teria de remontar desde quando? Onde actualmente é a Turquia eram as provincias mais ricas do Império Romano, na única ocasião em que a Europa foi de facto um espaço político único. Isso já não conta, foi há muito tempo, eles entretanto tornaram-se o grande inimigo da Europa, chegaram às portas de Viena, ainda no séc. XVII isso aconteceu!
Bolas: Alguém se lembra?!
Sinceramente, estou convencido que a "Europa" assenta em razões económicas ("that´s it, stupid!"), e que toda a conversa à volta desse assunto sobre a geografia, a cultura comum, a matriz cristã, é tudo uma treta.
E para lá da Economia, a segunda força que há-de fazer mover a "Europa" é o Poder - exactamente, para contrabalançar o poder dos nossos amigos américas, que tantas vezes nos salvaram, é verdade, mas nas relações internacionais não há amizades para a vida, há interesses estratégicos a cuidar. E para lá dos américas, ainda há chineses, russos, indianos, eu sei lá, uma série de potências ou quase-potências a emergirem. A Europa deteve a centralidade mundial durante mais de 400 anos, tendo-a perdido para o dueto EUA/URSS no decurso das guerras civis europeias. Nunca houve momento nenhum na História em que um só País não tivesse rivais. Só desde a queda do muro é que essa situação se verifica. Julgo que não será por muitos mais anos...
Como é que se pode ter opinião sobre tanta coisa e, ao mesmo tempo, escrever "concerteza".
Deixai-vos estar no remanso das vossas digestões de fritos, discutam convosco, com quem tem que vos ouvir, mas não aborreçam se não sabem gramática e noções elementares de ortografia.
Ò inclemência! Ò infelicidade!
Ò anónimo: vai-te foder! Ou será "vai foder-te?". Gramática... seja como for: vai apanhar na peidola :-) e agora, está bem escrito?
Enviar um comentário
<< Home