sexta-feira, dezembro 29, 2006

O Pai Natal e o Menino Jesus


O Natal foi uma festa cristã que celebrava o nascimento do Menino Jesus. Transformou-se numa festa pagã que celebra a reunião de família, a comezaina e os presentes. A sua componente espiritual praticamente desapareceu sem deixar rasto e no seu lugar ficou apenas o hedonismo.
Sinto-me muito mais à vontade com o Natal do Pai Natal, esse pachola, símbolo publicitário da Coca-Cola, do que com o Natal do Menino Jesus. Um traz-nos uma orgia desenfreada de compras, de comida, de prendas, de luzes, e um perú. O outro queda-se pela Missa do Galo, que como é sabido visa apenas atrasar a entrega dos presentes às crianças sedentas de rasgar embrulhos, pequenos selvagens que não têm culpa das paranóias religiosas dos pais.
Este ano, celebrei o Natal cá em casa. Das 49 pessoas previstas para o dia 24, apareceram 60. No dia 25 fomos apenas uns 30.
As prendas cobriam praticamente uma das divisões da casa. Só de espólio de Natal o Pequeno Gnomo sacou uns dois metros e meio, três metros de prendas, que o entreterão durante pelo menos uns 15 dias.
Toda a gente comeu e bebeu à vontade e, quando se chegou ao final do dia 25, ainda havia quase tanta comida e bebida como quando tínhamos começado.
Do lado da religião, tivémos um pequeno presépio e duas velas.
Bom, com isto tudo quero dizer que o Natal está assim praticamente expurgado da sua vertente religiosa e espiritual, sendo um espelho fiel da sociedade em que vivemos. Ao contrário de grandes pensadores e de grandes constitucionalistas, acredito firmemente que o grande contributo da sociedade ocidental europeia é o laicismo, não o cristianismo. Só numa sociedade verdadeiramente evoluída, livre e laica seria possível publicar esta imagem, que eu roubei despudoradamente do blog quase em português.
A finalizar - adoro o Natal! Boas Festas para todos!

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3 ComentÁrios:

Blogger El Ranys disse...

"As prendas cobriam praticamente uma das divisões da casa. Só de espólio de Natal o Pequeno Gnomo sacou uns dois metros e meio, três metros de prendas, que o entreterão durante pelo menos uns 15 dias.
Toda a gente comeu e bebeu à vontade e, quando se chegou ao final do dia 25, ainda havia quase tanta comida e bebida como quando tínhamos começado."

Desperdicio, desperdicio, desperdicio. O Natal não é nada disto. O que interessa, no Natal, é o seu simbolismo, independentemente de seres, ou não, cristão. Pretextos para festas, com km de presentes e toneladas de comida e bebida, encontras todos os dias.
O que é simbólico, no Natal, é uma história, verdadeira ou ficcionada.
Há 2006 anos atrás, nascia Jesus Cristo, símbolo de amor, de paz e perdão entre todos os homens. É este sentimento de comunhão que se celebra no Natal. Acredites ou não na história, isso pouco importa. O que interessa é o que te faz querer estar com outras pessoas a partilhar essa mesma alegria, a de estarmos juntos, em comunhão. Como família, como irmãos uns dos outros. Não interessa, sequer, o que a igreja defende ou deixa de defender. A festa não é das igrejas, é das pessoas que se querem umas às outras.
Km de prendas? Toneladas de comida e bebida? É isso que te faz "adorar o Natal"? Mas o que é que isso tem de especial?
Ora, tende juízo.

31 dezembro, 2006 14:32  
Blogger Rantas disse...

Pois pois
Está bem, abelha.

31 dezembro, 2006 18:56  
Blogger Rantas disse...

Quer-se dizer, bem me lembro de te ver imbuído de espírito cristão, paz, amor e símbolo de perdão entre todos os homens no nosso póquer tradicional de Natal, mas nunca relacionei isso com a religião, 'tás a ver?

31 dezembro, 2006 18:58  

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