quinta-feira, dezembro 28, 2006

Benchmarking 1

Estreia de nova série no RdM: "Benchmarking" ou o relato das "melhores práticas" que nos chegam lá de fora. Para que alguns, por aqui, se vão dando conta do fosso que, passo a passo, cada vez mais se vai cavando entre Portugal e os países ditos civilizados.
Na Alemanha, o Estado passa a pagar, a partir do próximo dia 1 de Janeiro, 25 mil euros por cada bebé nascido. Mais, a licença de maternidade é alargada aos 14 meses, com direito da mãe a receber 2/3 do salário bruto durante todo o período. Repare-se que 2/3 do salário bruto, na Alemanha, dada a elevada carga fiscal, será normalmente um valor superior ao salário líquido.
Cá por mim, acho que esta é uma boa prática de incentivo à natalidade, de "não" ao aborto, de acautelar alguns dos problemas da Segurança Social.
Pela negativa, não sei se a medida é cega, isto é, se os 25 mil euros são pagos indiscriminadamente, sejam os pais multimilionários ou remediados. Se for um "incentivo" selectivo, parece-me mais correcto.
Em Portugal, a mãe tem direito a quatro meses de licença com o salário pago na íntegra, mais um mês por opção mas sem direito a salário.
Estamos tão longe da Alemanha, não estamos?

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6 ComentÁrios:

Anonymous Anónimo disse...

25 mil euros?

28 dezembro, 2006 20:29  
Blogger El Ranys disse...

Fui pesquisar as notícias sobre o assunto para poder precisar a informação.
Os pais alemães que tiverem um filho podem solicitar uma licença de maternidade/paternidade até aos 14 meses, com o Estado alemão a pagar 2/3 do salário bruto da mãe ou pai, até um limite máximo ligeiramente superior a 25 mil euros.

29 dezembro, 2006 11:45  
Blogger Rantas disse...

Creio que isso se aplica apenas para os bebés nascidos a partir de 1 de Janeiro de 2007, pelo que há-de haver muitas alemãs a manterem-se quietas neste fim-de-semana...

Como contraponto a este "benchmarking", poder-se-ia referir o caso espanhol, que não tem um problema sério com a redução da taxa de natalidade por causa do recurso intenso à imigração.

Há vantagens e desvantagens relativas nestas duas alternativas. A primeira onera a Segurança Social, as empresas e a sociedade. A segunda cria problemas de exclusão, guetos, etc, e daí onera a sociedade.

Para Portugal, por diversos factores, prefiro a segunda alternativa

29 dezembro, 2006 15:52  
Blogger El Ranys disse...

Rantas,
Parece que muitas alemãs vão passar o fim-de-semana quietinhas e fechadas no congelador...

Dizes que esta medida alemã onera a segurança social, eu digo-te que muito pelo contrário, se resultar em estímulo à natalidade, vai melhorar as perspectivas de futuro da segurança social.
Mais se diga que, não sei se na Alemanha, mas em França seguramente, há uma enorme e eficaz rede gratuita de creches e infantários e diversos incentivos para que cumpra o "crescei e multiplicai-vos".

Cá no portugalete, só para arranjar vaga num infantário minimamente decente, sabe Deus a sorte que é precisa. Das mensalidades, nem vale a pena falar...

29 dezembro, 2006 18:51  
Anonymous Anónimo disse...

25 mil euros são para que a mãe fique em casa sem receber salàrio ,e poder tomar conta do bebè,não perdendo direito ao trabalho.

29 dezembro, 2006 19:56  
Anonymous Anónimo disse...

... como tal vamos assistir a um aumento de turistas alemães no Verão, assim como assim já levamos com os que vêm da Alemanha à conta do subsídio de desemprego só que agora é mais mães e putos! Pode ser que o tiro saia pela culatra à sociedade Alemã pois alguém vai pagar a factura,... assim como também alguém se vai chegar à frente para pagar o proteccionismo francês de subsídios a industrias falidas.
Por estas e por outras é que os nossos amigos Ingleses mais os Nordicos nem sequer querem ouvir falar do Euro,... saafa !!

29 dezembro, 2006 21:02  

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