Senhora cegonha
Ontem, em Sábado de muita chuva, almoço no restaurante da coudelaria da Companhia das Lezírias. Valeu pelo convívio e boa comida, servida em regime de buffet, de que se destacaram um magnífico cozido de grão, os nacos suculentos de "novilha" grelhada e uma generosa mesa de sobremesas, onde a pouco tradicional "baba de camelo" estava um primor. O vinho "Catapereiro" acompanhou bem todo o repasto, sem grandes fulgores mas também sem comprometer. O local é aprazível e o serviço simpático e eficaz.
A Companhia das Lezírias é uma jóia rara de beleza bucólica, ainda por cima bem às portas de Lisboa. O cenário convida a passeio e caminhadas, mas a chuva, ontem, não colaborou. Ainda assim, enquanto seguia de automóvel, tive oportunidade de observar inúmeros ninhos de cegonhas e as propriamente ditas. Belíssimo.
Que nenhuma privatização da Companhia das Lezírias ou funesto plano de urbanização tipo "clube de campo" permita que toda esta paisagem rural venha, algum dia, a ser adulterada e conspurcada. Assim, como está, a Companhia das Lezírias está muito bem (e creio até que dá lucro ao Estado).
Isto fez-me lembrar esta cantiga alentejana, que tantas vezes entoei:
-
Lá traz a cegonha
No bico o raminho
Que seja bem-vinda
Branquinha, tão linda
Ao seu velho ninho
-
Senhora cegonha
Como tem passado
Não há quem a veja
Voar prá Igreja
Pousar no telhado
-
Quando chega o Outono
E o bando levanta
Anuncia a hora
Que se vai embora
Leva a meia branca
-
É assim que a minha memória registou estes versos. Mas penso que com várias imprecisões. Alguém conhece, com mais rigor, esta letra?
3 ComentÁrios:
Senhora cegonha, como tem passado?
Não há quem a veja,
Não vai à igreja,
Pousar no telhado.
Senhora cegonha,
No bico um raminho
Anuncia a hora
De se ir embora
Do seu belo ninho
No seu belo ninho
Ponha ovos, ponha,
Que seja bem-vinda,
Branquinha tão linda,
Lá vem a cegonha.
Quando chega Agosto
Um bando levanta
Anuncia a hora
De se ir embora
Leva a meia branca
Senhora cegonha, como tem passado?
Não há quem a veja
A ir prá igreja
Pousar no telhado
Senhora cegonha, no bico raminho
De meia encarnada
vem dando a chegada
ao seu velho ninho
Senhora cegonha, ponha ovos ponha,
Que seja bem-vinda,
Branquinha tão linda,
Lá vem a cegonha.
E quando chega o Outono,
Há uma que canta
E anuncia a hora, de se ir embora
leva a meia branca.
Senhora cegonha, como tem passado?
Não há quem a veja
Voar prá igreja
Pousar no telhado
Senhora cegonha, no bico raminho
De meia encarnada
vem dando a chegada
ao seu velho ninho
No seu velho ninho,
ponha ovos ponha,
Que seja bem-vinda,
Branquinha tão linda,
Lá vem a cegonha.
E quando chega o Outono,
O bando levanta
Anunciando a hora, de se ir embora
leva a meia branca.
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