quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Fariseus; a Destruição do Templo

O Imperador Augusto decidiu nomear um Governador para a província problemática onde vivia aquele povo tão estranho que se recusava a honrar os deuses. Em 26 DC, Pôncio Pilatos assumiu o cargo.
A sociedade israelita estava dividida entre os Saduceus, defensores do establishment, pragmáticos, e os Fariseus, que eram mais rígidos e radicais. Austeros, os Fariseus criavam minudências legalistas para regular todos os aspectos da vida judaica. Os Fariseus mais radicais eram os Essénios, uma seita verdadeiramente fanática, e os Zelotes, uma organização terrorista composta por assassinos (sicários).
Os Fariseus eram violentamente contra a ocupação Romana. Em 66 DC ocorreu uma revolta em larga escala que expulsou os Romanos e permitiu atingir a independência. «O que deu coragem aos Judeus para desafiar o poder de Roma foi a intensa sensação de expectativa messiânica entre eles na Palestina do séc. I» (Piers Paul Read, in "Os Templários").
A reacção romana não tardou muito - o Imperador Nero enviou o General Vespasiano para abafar a revolta dos Judeus. Entretanto, Nero morreu e foi substituído por Galba. Galba também morreu, ficando o Império a ser disputado entre Oto e Vitélio. Para abreviar a história, Vespasiano acabou por se aborrecer e se tornar Imperador, indo para Roma e deixando a seu filho Tito a incumbência de acabar a tarefa.
Em 70 DC, Tito destruiu o Templo e dizimou praticamente toda a população de Jerusalém. Fala-se em cerca de 1 milhão de mortos, refugiados a viver nos esgotos (Milla 18?!), sobreviventes reduzidos à escravidão e a cidade arrasada. Mesmo assim, a rebelião não terminou, sendo ainda necessário o episódio do suicídio colectivo dos zelotes na Fortaleza de Massada.
Por esta altura, Deus, aparentemente, tinha adoptado uma postura mais liberal e menos ríspida, tendo procedido ao lançamento de novo produto, mais adequado à nova época. Começava a Era de Peixes.

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1 ComentÁrios:

Blogger manolo disse...

O partido dos fariseus era composto sobretudo por leigos (não-sacerdotes). Do ponto de vista teológico partilhavam a ortodoxia judaica (único Deus, Israel escolhido, origem divida da Lei de Moisés, arrependimento e perdão) e também acreditavam em alguma forma de existência após a morte. A sua "especialidade" foi desenvolverem "leis" não-bíblicas. Os fariseus eram conhecidos pelo rigor da interpretação da Lei, mas não tentavam impô-la aos outros e eram respeitados pela maioria. Os fariseus eram um grupo de piedosos mestres da religião. Os Essénios (responsáveis pelos Manuscritos do Mar Morto) eram um pequeno partido em que os sacerdotes eram predominantes; além disso descendiam dos aristocratas Asmoneus (a dinastia inicial do poder sacerdotal israelita) mas radicais: só eles é que eram fiéis à Aliança, só eles interpretavam correctamente a Lei e os seus sacerdotes eram os melhores. Eram "exageradamente rigorosos " com a Lei, enquanto os fariseus eram apenas rigorosos. Os saduceus eram o terceiro partido, que se sabe pouco: a maioria seriam aristocratas, não acreditavam na vida para além da morte e rejeitavam as tradições particulares dos fariseus. A maioria dos sumo-sacerdotes no tempo dos romanos era saduceu.

24 fevereiro, 2006 19:07  

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