terça-feira, janeiro 30, 2007

O admirável mundo novo


Algumas empresas lançaram uma campanha para que a malta consuma produtos portugueses. Eu até gosto do que é nosso. Na indústria agro-alimentar, por exemplo, tento sempre privilegiar nas minhas escolhas o que é nacional. A origem dos produtos conta para as minhas opções de consumo. Mas, às vezes, distraio-me.
Há dias, no supermercado do costume, vi uma linda “trança” de alhos e aquilo pareceu-me tão tradicional, tão nosso, que comprei sem olhar para o rótulo. Noutra ocasião, comprei umas batatinhas novas, embaladas e lavadas, perfeitas para acompanhar o pargo assado com que me deliciaria à refeição.
Já em casa, a trança de alhos, mal comecei a retirá-la da rede em que vinha embalada, desfez-se, com as cabeças a rolarem, uma a uma, para o chão. Chateado, fui ver quem era o produtor de tão mal amanhado produto e, com espanto, descobri que os alhos vinham da… China.
As batatas, essas, tiveram excelente comportamento e cumpriram cabalmente o propósito com que foram compradas. Por curiosidade, fui ler o rótulo da embalagem. A origem era… Israel.
Alhos chineses, batatas dos desertos israelitas… Como é possível que, com estas origens, que implicam necessariamente custos acrescidos de logística e transporte, estes produtos sejam competitivos em Portugal? Como é possível que a nossa produção agro-alimentar não coloque nas prateleiras dos supermercados ofertas melhores e mais baratas?
Consumir o que é nosso? – A gente até tenta, mas muitas vezes não consegue. Se até os alhos já vêm da China e as batatas de Israel...

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1 ComentÁrios:

Anonymous Anónimo disse...

Dase batatas de issrael, bem comia os Pargos só com azeite!

01 fevereiro, 2007 13:20  

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