sexta-feira, outubro 06, 2006

Não somos todos vitalícios?

Ainda a manchete do Expresso relativa aos 15 directores vitalícios da EPUL, escândalo que gerou tanta indignação e consternação por aí.
Confesso que não entendo. Quer dizer, concordo que aparentemente as nomeações são um tanto ou quanto estranhas. Mas, ao vincar o ataque no carácter vitalício dos cargos, perde-se um pouco o sentido; tanta agitação, tanta celeuma por causa dos contratos a termo, do pessoal a recibos verdes, e agora criticam-se estes cargos por serem vitalícios? Existe algum regime laboral intermédio que eu desconheça? Em rigor, nós não temos todos cargos vitalícios (menos quem tenha um contrato a prazo, que necessariamente será uma excepção à regra)?

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2 ComentÁrios:

Blogger El Ranys disse...

Pois é, mas acontece normalmente que os cargos de nomeação política são de confiança pessoal de quem nomeia. Para evitar desmandos e chorudas indemnizações, nas empresas do sector público ou municipalizado, as nomeações têm limites temporais, uma espécie de "comissões de serviço".
Ninguém é administrador de uma empresa pública, simplesmente está administrador. Acabada a "comissão", volta à origem ou é renomeado no cargo. Mas penso que o escândalo nem terá tanto a ver com o carácter vitalício dos cargos, mas sim com a quantidade (15) de administradores e respectivos vencimentos, superiores aos do Presidente da República e do Primeiro Ministro. A ti não te faz espécie, isto?
A mim faz.

07 outubro, 2006 01:31  
Blogger Rantas disse...

O número excessivo de administradores em empresas públicas é, obviamente, errado e obsceno. Basta lembrar os 60 administradores da PT que foram "despedidos", não havendo notícia de qualquer paragem ou drama na empresa. 60 administradores!

No caso concreto da notícia sobre a EPUL - eram 15 administradores, mas parece que afinal Sequeira Braga só tinha nomeado 7. Dos 15, alguns até já tinham saído. E finalmente, o facto de a notícia se focar no carácter vitalício dos cargos, retirou-lhe bastante impacto, por ser uma coisa estúpida.
Ser administrador da EPUL é um cargo de nomeação política, requerendo a confiança pessoal de quem nomeia. Este é que é o problema de fundo. A EPUL tem uma missão, que é construir e vender casas mais baratas em Lisboa, em terrenos cedidos pela CML. Ser administrador da EPUL deveria ser o reconhecimento de uma carreira técnica, enquadrada pela missão e objectivos da empresa, e não para yes-men. E é essa análise que deveria ter sido feita pelo jornal - quem lá está é competente ou não? Foi nomeado exclusivamente por critérios ppolíticos ou não? O aspecto vitalício não vem ao caso...

07 outubro, 2006 14:56  

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