sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Radicalismo

Como podem verificar no fim desta posta, todos os crentes religiosos, se seguissem o actual exemplo dos radicais islâmicos, teriam razões para queimar bandeiras, expulsar estrangeiros, invadir embaixadas. A diferença é que, no Ocidente, a liberdade religiosa está equiparada à liberdade de expressão. Ambas são sagradas. O elemento comum é LIBERDADE. No islão ou, pelo menos, para os radicais islâmicos, a liberdade de expressão decai perante a religião. Aliás, a religião é A lei, a Sharia. Não há distinção entre vida religiosa e vida secular. E é isso, sobretudo, que os distingue das civilizações ocidentais.

Já todas as grandes religiões e os seus ícones foram objecto de caricaturas. O islão é o único que, aparentemente, não sabe conviver com isso (apesar de existirem alguns grupos radicais nas outras religiões, mas residuais e enquadrados por leis laicas).

As caricaturas de Maomé, que suscitaram toda esta algaraviada, não pretendem brincar com Maomé, mas com o que os radicais islâmicos fizeram dele. Mas são só umas caricaturas, caramba.

Outros casos houve, bem mais graves. Não foram os radicais islâmicos que rebentaram com a escultura de Buda do vale de Bamian, património mundial da humanidade? - Foram. Houve embaixadas invadidas, bandeiras queimadas, islamitas expulsos? - Não. Houve liberdade de expressão da indignação, o que é natural, e pouco mais. Não me recordo de ver os islamitas muito preocupados e a pedir desculpa ao mundo. É isso que nos distingue, que nos torna diferentes deles. E eu não tenho dúvidas: com todos os seus defeitos, prefiro de longe a nossa civilização ocidental e o seu respeito e tolerância pela diversidade.









2 ComentÁrios:

Anonymous Anónimo disse...

Tu já viste a quanta gente vais ter de pedir desculpa ....

03 fevereiro, 2006 08:20  
Anonymous Anónimo disse...

O radicalismo dos muculmanos sempre existiu e esteve sempre latente. Tem sido controlado por alguns tiranos apoiados pelo Ocidente e pelo respeito incutido por um maior poder militar.

O problema é que cada vez mais novos tiranos comecam agora a usar esse radicalismo a favor dos seus interesses politicos e o medo do maior poder militar tem-se esvaido ante a descoberta de algumas das nossas fragilidades.

O facto de este caso dos cartoons ter claramente dividido a propria opiniao publica ocidental pode aqui abrir uma brecha na "nossa barricada" que poderá ser muito dificil de fechar de novo.

06 fevereiro, 2006 12:44  

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