Rever a constituição
Soares veio agora queixar-se do tratamento que está a ser dado pela comunicação social às diferentes candidaturas.
O que poderia dizer D. Duarte Pio, então, do tratamento que lhe tem sido dispensado ao longo de tantos anos pela maior parte dos media? Das sucessivas tentativas de achincalhamento, de o fazerem passar pelo pateta que, na realidade, não é...
De facto, prevalece na comunicação social uma visão completamente "republicana" de Portugal. Claro que muitos dos jornalistas nem sequer pensaram, com um mínimo de informação e de isenção, na questão.
Quanto mais ouço os candidatos, mais gosto da ideia monárquica. Para quando a revisão da constituição, totalmente antidemocrática ao impôr um regime Republicano?
Porque não podem os portugueses ser ouvidos - em referendo - sobre esta questão? Porque continuamos reféns, nesta matéria, de uma visão jacobina e de uma conspiração da carbonária?
A República foi implantada em Portugal ao sabor dos "ventos" de uma época. Foi imposta, e não reclamada e conquistada pelo povo.
É curioso notar que a maioria dos países mais desenvolvidos e ricos do mundo são monarquias: Espanha, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Japão, Dinamarca, Suécia... E, já agora, em todos eles a democracia é mais vigorosa do que em Portugal.
A monarquia não é anacrónica. Aliás, face à voragem dos partidos e dos interesses económicos, a independência que só um rei pode ter é cada vez mais necessária, urgente e moderna. O Rei representa o povo e a história. Nada mais (se isso é pouco).
Por cá, neste atavismo, vai perdurando a memória de Manuel Buíça e Alfredo Costa, infames assassinos. Os portugueses, esses, nunca tiveram "voto na matéria".
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