Don Johnston teve sucesso no negócio dos computadores. Enriqueceu e teve inúmeras aventuras amorosas. Um Don Juan.
Agora, a entrar na "velhice", vive nos subúrbios, é abandonado pela circunstancial namorada e passa os dias de fato de treino, num estado "catatónico-vegetativo". Tem uma vida vazia. Mas parece não se importar. Aliás, nada parece importar-lhe.
Broken Flowers é, parece-me, um filme sobre a possibilidade de escolher destinos alternativos e sobre a escolha do nada e da solidão. Um filme sobre o "homem-ilha" que existe (por opção) sem nada mais à sua volta.
Uma questão interessante poderá ser: ele gosta ou não disso? - Eu acho que não. A breve inquietação, introduzida na sua "vida morta" por uma anónima carta escrita em papel cor de rosa, cheira a esperança e a renascimento renitentes. E fátuos.
Bill Murray, quase minimalista na sua representação, é magistral, porque extremamente ambíguo, o que permite, a cada espectador, uma diferente leitura do personagem. Em "Broken Flowers", nada é plano e tudo se passa num registo lento. Este é um "slow movie", que deve ser mastigado e saboreado como verdadeira "delicatessen".
Broken Flowers é um filme de que gostei.
PS: gosto cada vez mais do King, que não é apêndice de nenhum centro comercial nem tem pipocas. É só cinema (e uma livraria e um bar agradáveis).
1 ComentÁrios:
Queque cinéfilo.
abçs
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