Terror na Estrada
Manhã de trânsito em Lisboa. Aflição habitual por causa das horas, dos semáforos, da quantidade de carros que não andam. O puto vai chegar em cima da hora ou uns 5 minutos atrasado à escola. A somar a isso tudo, um barulho estranho no carro. Hic! É a minha mulher que está com soluços. Aproveito uma paragem no semáforo para lhe pregar um susto. Buuu! Temos de ser uns para os outros. Ela assusta-se, pelo imprevisto, mas os soluços não passam.
O Pequeno Gnomo viu a minha tentativa desajeitada de acabar com os soluços e quer juntar-se à festa. Faz caretas hediondas no banco de trás e exige que nós os dois nos assustemos. Nós entramos no jogo, abanando as mãos no ar por cada urro que o puto solta. Quem passou por nós, nessa manhã de trânsito em Lisboa, há-de ter julgado que talvez não sejamos muito judiciosos na educação que damos a dar ao puto.
De repente, o puto assusta-nos mesmo a sério. Com uma palavra apenas, gela-se-nos o sangue e instala-se o pânico no carro: "- Cocó!". Naqueles micro-segundos que se seguem a esta declaração, não se houve um zumbido sequer, naquele carro. A minha mulher recupera o sangue-frio: "- Aguenta-te. Estamos quase a chegar. Meu Deus, meu Deus! Aguenta-te, filho, aguenta-te!".
Ele aguentou-se. Dos soluços, não houve mais notícia.
Etiquetas: Histórias do Pequeno Gnomo, Rantas
2 ComentÁrios:
Caro Rantas,
Uma pequena curiosidade de pai que vai aprendendo com estas coisas e que se vai preparando para o que der e vier num futuro próximo...
Que idade tem o Pequeno Gnomo?
Faz 4 anos em Maio
Enviar um comentário
<< Home