terça-feira, maio 24, 2005
A desorçamentação de várias despesas no orçamento Bagão/Santana Lopes/Portas, que a "comissão Constâncio" veio pôr a nu, é escandalosa.
De acordo com o DN de hoje - e a título de exemplo - faltava, só, um mês de salários da Administração Pública. E este não é, sequer, o capítulo do orçamento onde falta mais dinheiro.
Prisão! Era o que isto devia dar.
Sócrates vai amanhã dizer, na Assembleia da República, que esta verdadeira vergonha das contas nacionais é culpa dos governos PSD/PP. A "tanga" reinventada. Alto!
Que as contas estão más, já sabemos. Que são necessárias medidas cada vez mais ordinárias (vendidas, sempre, como extraordinárias), também. Que, como sempre, é a classe média (em Portugal, toda baixa) a pagar a crise, não traz novidades.
Mas está na hora de os partidos do "arco do governo" (PS e PSD, sobretudo) assumirem que a responsabilidade é dos dois. E que cabe aos dois entenderem-se para oferecer aos portugueses soluções duradouras.
A crise começou com Cavaco, campeão do betão e das oportunidades desperdiçadas. O dinheiro que a União Europeia canalizou para Portugal foi mal gasto. Se alguém tem dúvidas, ponha os olhos no exemplo irlandês.
Agravou-se, depois, com Guterres e continuou com Durão, que se ficou por medidas paliativas e extraordinárias. Santana... bom, prefiro continuar a encarar o período Santana como um pesadelo que nunca foi realidade, um hiato na história de Portugal.
"Todos temos culpas", é só o que quero ouvir de Sócrates e, também, de Marques Mendes. "Governámos mal, mas vamos agora fazer, juntos, o que fôr necessário para devolver aos portugueses a confiança que desbaratámos".
Se, amanhã, assistirmos ao custumeiro ping-pong de acusações políticas, continuaremos mal, sem sair da cepa torta. Se, pelo contrário, houver um assumir de responsabilidades e de soluções conjuntas, talvez haja ainda uma réstea de esperança.
A emigração é uma hipótese cada vez mais interessante. Amanhã terei mais dados para a equação.
Setúbal
Com a expressão do meu total apoio ao Vitória (de Setúbal) na Taça de Portugal - que alguém, equipado de verde e branco, ganhe uma final este ano - proponho-me fazer um intervalo prolongado nos temas do futebol, que espero conseguir cumprir.
sexta-feira, maio 20, 2005
Profecia
"RICARDO VAI DEIXAR O SPORTING. SAD leonina quer 5 milhões de euros e já tem propostas." (in "A Bola" de hoje).
O primeiro passo para a recuperação do Sporting, fazendo fé n' A Bola (esse jornal de lampiões) - coisa que não é, consabidamente, prudente - começa a adivinhar-se.
Despachar o Ricardo, ganhando algum dinheiro.
O pior vem depois. Falam do interesse do SCP no guarda-redes Helton, da U. de Leiria.
Deixem mas é jogar o Nélson, que merece, mais que o Ricardo, a oportunidade de fazer uma época inteirinha a titular.
Poupam-se os cofres e ganha-se em qualidade.
quinta-feira, maio 19, 2005
A esperança é verde
Esta época foi boa.
O Sporting, o único clube dos "grandes" com uma gestão realista - 1/3 do orçamento do FCP, metado do orçamento do SLB - acabou por fazer uma óptima figura.
Com parcos recursos, Peseiro montou uma equipa competitiva, que disputou todas as provas em que estava envolvida até ao fim (a excepção, a Taça de Portgal, foi o que foi, uma eliminatória renhida e sem sorte).
Para o ano há mais. Com Peseiro, apesar de alguns erros que cometeu. Sem Ricardo (era tão bom ganhar algum dinheirito, vendendo-o para Inglaterra). Sem Pedro Barbosa, Sá Pinto e Rui Jorge (obrigado a eles por todos estes anos) inicia-se um novo ciclo.
Virão alguns jogadores da "cantera".
Rochemback, se não for recambiado para o Barcelona, deve fazer a pré-época num curso de comandos - para perder quilos e vedetismo e ganhar estofo. Idem para Hugo Viana, se não for recambiado para o Newcastle.
Consigo imaginar a equipa do próximo ano: Nélson (Tiago); Miguel Garcia (Rogério, Mário Sérgio), Beto (Miguel Veloso), Enakarire (Polga) e Paíto (Valdir); Custódio (?), Carlos Martins (Paulo Sérgio), João Moutinho (Rochemback?) e Tello (Hugo Viana?); Liedson (Douala) e Pinilla (Saleiro, Mota?).
Da "cantera" ainda: Silvestre Varela, Lourenço, Edgar Marcelino e outros que possam eventualmente "rebentar".
O Sporting, o único clube dos "grandes" com uma gestão realista - 1/3 do orçamento do FCP, metado do orçamento do SLB - acabou por fazer uma óptima figura.
Com parcos recursos, Peseiro montou uma equipa competitiva, que disputou todas as provas em que estava envolvida até ao fim (a excepção, a Taça de Portgal, foi o que foi, uma eliminatória renhida e sem sorte).
Para o ano há mais. Com Peseiro, apesar de alguns erros que cometeu. Sem Ricardo (era tão bom ganhar algum dinheirito, vendendo-o para Inglaterra). Sem Pedro Barbosa, Sá Pinto e Rui Jorge (obrigado a eles por todos estes anos) inicia-se um novo ciclo.
Virão alguns jogadores da "cantera".
Rochemback, se não for recambiado para o Barcelona, deve fazer a pré-época num curso de comandos - para perder quilos e vedetismo e ganhar estofo. Idem para Hugo Viana, se não for recambiado para o Newcastle.
Consigo imaginar a equipa do próximo ano: Nélson (Tiago); Miguel Garcia (Rogério, Mário Sérgio), Beto (Miguel Veloso), Enakarire (Polga) e Paíto (Valdir); Custódio (?), Carlos Martins (Paulo Sérgio), João Moutinho (Rochemback?) e Tello (Hugo Viana?); Liedson (Douala) e Pinilla (Saleiro, Mota?).
Da "cantera" ainda: Silvestre Varela, Lourenço, Edgar Marcelino e outros que possam eventualmente "rebentar".
Comprar, só um bom trinco, para substituir o Custódio quando este estivesse castigado, lesionado ou em má forma. Mas a posição até podia ser desempenhada pelo Rogério ou pelo Rochemback, se este ficar por cá. Assim, nem era preciso ir às compras.
E o Figo. Sim, o Figo. Vale a pena o esforço, se ele quiser vir com "desconto".
A esperança é verde.
A esperança é verde.
terça-feira, maio 17, 2005
Posto isto
Posto isto, sobre o miserável jogo no campo da Luz, nada mais. Nós agora é só UEFA.
Só isso interessa (em termos futebolísticos, claro). Nada mais.
Força Sporting, coragem rapazes. Com concentração e o mesmo espírito de crença que tiveram na Holanda, a vitória ficará mais próxima.
Permito-me até citar Paulo Futre:
"É ganhar, caralho! É vencer, foda-se!"
Spooooooooooorting.
segunda-feira, maio 16, 2005
O golo
Não que isso interesse muito. Mas, no golo do Benfica, existe mesmo contacto entre o corpo de Luisão e o braço de Ricardo. Em qualquer outro estádio, que não o da Luz repleto de benfiquistas que ardentemente desejavam uma vitória do seu clube, o árbitro marcava, sem grandes dúvidas, falta.
O Benfica será, muito provavelmente, o próximo campeão. A culpa é do sporting, no seu todo, que podia e devia ter feito mais. Mas Liedson, Peseiro, os benfiquistas e o árbitro não ajudaram.
As alternativas
Pinilla de início, com Barbosa no apoio, a romper quer à esquerda, quer à direita. João Moutinho a meio, jogando com Rochemback (mais pela direita), Tello (pela esquerda) e Custódio atrás.
Douala e Sá Pinto no banco, à espera de ver "o que dava" o jogo.
Caso fosse necessário, Douala rendia Rochemback e Sá Pinto entrava por troca com Barbosa, e teriamos um Sporting a jogar para a frente, em vez de para os lados e para trás.
Tenho para mim que um Sporting assim, sem medo de um Benfica que não passa de sofrível, ganhava. A ousadia nem sequer seria muita.
Peseiro foi ultra-conservador. Não arriscou. Perdeu. Venha a taça UEFA. Para ganhar.
Os equívocos de Peseiro
Uma equipa - aquela de quem se diz que pratica o melhor futebol em Portugal - que entra em campo sem um único ponta de lança (Sá Pinto e Douala dificilmente cumprem os requisitos) não demonstra ambição de campeão.
Por outro lado, insistir em colocar João Moutinho nas laterais é um erro quase tão gritante como aquele em que Peseiro persistiu - na pior fase do Sporting - de colocar Rogério a jogar no meio campo.
João Moutinho rende muito mais no "miolo". Tal como Rogério rende muitíssimo mais a lateral direito (aliás, no meio campo, este jogador, simplesmente, não rende, facto que Peseiro foi o ultimo a perceber).
Para o jogo na Luz, Peseiro falhou na equipa que escolheu.
Muito por culpa, também, da inaceitável estupidez de Liedson, ao ver, desnecessariamente, o 5º amarelo no jogo anterior. O homem que "resolve", de longe o melhor jogador do Sporting este ano, dificultou a vida ao "mister". Mas o treinador do Sporting tinha outras opções. Optou pelas mais inconsequentes.
Cartas Abertas
A propósito do Benfica-Sporting, seguem-se alguns postes dedicados, essencialmente, à análise da prestação verde e branca, aquela que me interessa mais.
No entanto, apesar de ainda precisarem de, no mínimo, empatar no Bessa, desde já os parabéns a quem mais os merece: os adeptos do Benfica. Mais do que da equipa de futebol (fraquinha, muito fraquinha), a mais que provável vitória neste campeonato partiu das bancadas, da rua, do povo benfiquista. Vivam a festa, pois. Mas só depois do jogo com o Boavista.
quinta-feira, maio 12, 2005
A Bandeira
Num excelente artigo, publicado pela revista Exame, Pedro Bidarra fundamenta (com extrema clareza) a sua proposta para a projecção de uma nova imagem de Portugal: "Europe's West Coast". Como motor/catalizador da mudança, um simples acto: mudar a bandeira. Independentemente do design que se viesse a escolher, esta parece-me uma discussão importante e, até, urgente. Mais do que muitos possam pensar.
A ler e, sobretudo, para reflectir (infelizmente, não domino o html, pelo que não sei como "linkar" o artigo em causa).
Esta ideia assino por baixo. E por ela farei o lobby que esteja ao meu alcance, apresentado-a e defendendo-a a todos os que conheço.
P.S.: Parece que a proposta de Pedro Bidarra terá sido, em tempos apresentada ao ICEP e, eventualmente, a outras "autoridades". Mas não houve grande mediatização do assunto. Andam distraídos, os nossos jornalistas...