sexta-feira, novembro 04, 2005

déjà vu presidencial

Vasco Pulido Valente, hoje, no "Público", sobre Soares e Cavaco:
"nem um nem outro nos trazem uma ideia original e lúcida sobre a crise do país, que não é uma crise vulgar, ou sobre a maneira de a resolver, se ela é resolúvel. Neste capítulo são iguais, por muito diferentes que sejam em tudo o resto".
Ressalvando que, de VPV, também não se conhece nenhuma "ideia original e lúcida sobre a maneira de a resolver (a crise)", esta observação, que é lúcida mas não é original, poderá ser alargada a Manuel Alegre (que raio, o homem, que é um homem "de partido", por muito que diga agora que não, está mesmo em 2º nas sondagens, senhores comentadores) .
Suspeito que nunca poderemos ouvir grandes ideias para resolver a crise por parte destes senhores. Porque eles também "são" a crise. Na realidade, eles são os pais do "sistema" democrático português, tal como o conhecemos (ahhh, Dias da Cunha, que saudades, já). E a crise é o sistema, a hipérbole a que se chama Estado, os errados modelos de desenvolvimento, o nepotismo alargado, a dependência de interesses e negociatas por parte da "partidocracia".
Sócrates, cedendo infelizmente, em certas áreas, a um PS voraz, merece elogio no desfazer de privilégios e poderes corporativos. Não chega, mas já é alguma coisa. Soares, Cavaco e, em menor grau, Alegre, acrescentam o quê, de novo?
O problema das presidenciais é um problema de déjà vu. Quem tem medo do desconhecido e da novidade? Vamos lá, Manuela Magno.

0 ComentÁrios:

Enviar um comentário

<< Home