sexta-feira, fevereiro 25, 2005

O Independente

Sim, o jornal.
Nas duas semanas imediatamente anteriores ao acto eleitoral, "mancheteou" o envolvimento de Sócrates num alegado processo ilícito que conduziu ao licenciamento do Freeport, em Alcochete.
Da PJ e da Procuradoria vieram os desmentidos - o (então) candidato a PM não estava a ser investigado. Do PS, ouvimos que iriam processar o semanário. Do semanário, a reincidência.
Hoje, no Independente, realizadas as eleições e com Sócrates já indigitado PM, sobre este assunto, nada!
Algumas questões:
Há quanto tempo o Independente tinha aquela informação? De onde proveio? Porque a publicou nas duas sextas-feiras anteriores às eleições? E agora, o assunto, em termos jornalísticos, morreu? E sobre o processo que o PS iria levantar, alguém me sabe dizer alguma coisa?
Uma consideração:
O Independente foi, no tempo do cavaquismo, uma arma de afirmação política de Portas. As capas do jornal marcavam a agenda e tinham o especial dom de afrontar e irritar o poder. Por outro lado, as páginas do semanário celebravam o surgimento de uma nova geração, mais hedonista e menos passadista - uma geração que falava para um Portugal inteiramente democrático e livre dos espantalhos do fascismo e do anti-fascismo. Apesar dos muitos atropelos à verdade que praticava, o Independente era uma verdadeira pedrada no charco, arremessada todas as sextas-feiras.
Para mim, era quase um ritual: quando era dia de Independente, sentava-me na mesa do café e por lá permanecia uma manhã inteira a devorar o jornal, acompanhado com muitas "bicas" e nicotina (ai, os tempos de estudante...).
Com algum saudosismo desses tempos, é certo, custa-me muito ter que considerar que o Independente é hoje um jornal triste, patético, deplorável! Por mim, há muito que deixei de o comprar...

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