Os ossos do Rei
Um estudo científico foi hoje interrompido pela Ministra da Cultura. Pretendia-se exumar o cadáver de D. Afonso Henriques de modo a reconstituir o seu rosto, entre outras coisas.
Independentemente do interesse do estudo - que me parece elevado - o que mais me interessa nesta história foi o facto de se ter procedido a todos os trâmites burocráticos, durante doze meses, para assegurar a validade do que se pretendia fazer hoje. E isso não ter sido suficiente.
Trouxe-se equipamento especial de Espanha - equipamento esse que já analisou o esqueleto de Cristóvão Colombo, por exemplo - e diversos técnicos, iniciou-se mesmo a abertura do tampo do túmulo, até que chegou a ordem da Ministra. Aparentemente, os despachos da Administração Pública - no caso, o IPPAR de Coimbra - não serviram para nada.
Independentemente da validade de se ter de ouvir a opinião da Ministra, julgo que foi prestado um péssimo serviço ao País. E isso porque não se pode estar a reverter as decisões de um serviço da Administração Pública impunemente. Porque isso significa a arbitrariedade - as decisões não servem para nada, deixa de haver confiança, perde-se a credibilidade.
Independentemente da validade de se ter de ouvir a opinião da Ministra, julgo que foi prestado um péssimo serviço ao País. E isso porque não se pode estar a reverter as decisões de um serviço da Administração Pública impunemente. Porque isso significa a arbitrariedade - as decisões não servem para nada, deixa de haver confiança, perde-se a credibilidade.
A Ministra pode até ter razão ao pensar que teria de ser informada previamente. Mas a sua decisão foi prejudicial e lesiva dos interesses de Portugal - muito mais do que seria a exumação de D. Afonso Henriques. Faltou sentido de Estado à Ministra. E ficou esta situação caricata, com um túmulo entreaberto, a máquina que voltou para Espanha, sem ninguém saber se deve fechar o túmulo, mantê-lo como está... que patetice!
Imagem retirada de www.viriatus.com, Galeria Vitalino Chitas
Etiquetas: Rantas
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