sábado, maio 06, 2006

Ontem, uma depressão ligeira...


Ontem senti-me levemente deprimido o dia todo. Uma coisa muito ligeira, algo de indizível, um pessimismo, um mal-estar sem explicação, que hoje já me passou.
Que terá sido? Algo que comi, talvez? Não - já sei! Ontem foi sexta-feira. Às sextas, compro o Público, porque lá dentro vem o melhor jornal de todos: O Inimigo Público. Acabo por ler o jornal que lhe serve de invólucro - e começo invariavelmente pela última página, pelo Calvin & Hobbes. Ainda no elevador da Repartição, leio metade da crónica de Vasco Pulido Valente - ou leio-a toda, quando o trânsito elevativo assim o permite. Tipicamente, o pessimismo latente nas suas crónicas tem o condão de me pôr a trabalhar com mais vontade, num efeito curioso de exemplo pela negativa.
Ontem, VPV exagerou. «Aqui não se inventa a Microsoft numa garagem, nem sequer (infelizmente) um bom restaurante. Uma carreira, então? No Estado, para uma vida de insignificância e obscuridade, inútil e mal paga? Numa empresa privada, das poucas que por aí há, para nunca chegar a parte alguma e falir com ela?». Chiça! Qualquer política que pretenda reduzir a incidência de suicídios em Portugal tem de fechar a coluna de VPV. Ou isso, ou proibí-lo de escrever de manhã (quando o pessimismo é mais evidente) e obrigá-lo a escrever de tarde, quando já terá feito as pazes com a vida e estará mais eufórico - se bem que porventura menos lúcido...

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