Bom senso
Recomendo a leitura do post de 14.12.05 que começa com "Rui Pena Pires fala..."
Como não consigo "linkar" directa e exclusivamente o post em causa, fica aqui o link para o blog O Céu Sobre Lisboa, que se recomenda também no geral.
Acrescentaria aos comentadores referidos nesse post - entre outros - a senhora Drª Clara Ferreira Alves, pluma caprichosa, que desde há muito me vem irritando com as suas crónicas na "Única". A desta semana, sobre Caracas, em que aproveita para desancar a despropósito sobre Lisboa, é de uma cabotinice recorrente e já (temo) irreversível.
Clara: se odiasse tanto Portugal quanto a senhora parece odiar (o fel que lhe escorre das letras não a deixa contrariar esta ideia), já há muito que tinha embalado a trouxa e zarpado. A si, o que a impede?
4 ComentÁrios:
El-Ranys. Fui ler o post que recomendaste e de facto, gostei muito, e também recomendo. Não entendi o que é que esse post tem a ver com o tal artigo da CFA.
Saúdinha
"Nada disto quer dizer que eu defenda uma atitude passiva, acrítica, sobre os inúmeros problemas que afligem o meu país, mas sim que gostava de ver generalizada uma atitude mais ponderada sobre esses problemas e, sobretudo, menos fatalista e mais pró-activa." Assim acaba o post que destacas. Para mim é isto o essencial.
É bom senso ter no vosso blog a frase "Alvo de estimação - Portugal, por exaustão"? A CFA não resumiria melhor.
Caro anónimo,
O alvo é "rotativo". Tem mudado várias vezes e voltará a mudar.
Mas admito que o seu comentário faz, à primeira vista, todo o sentido.
No entanto...
No entanto, se perder algum do seu tempo a ler os posts em que criticamos cenas da vida nacional, admitirá (porventura) que tentamos um equilíbrio de bom senso. Vamos ao concreto, nunca deixando no ar a ideia de que o problema reside num abstracto "Portugal", país sem remédio e sem esperança, ou num generalizante "portugueses", uma cambada de preguiçosos e incultos...
Portugal tem sido aqui, nos últimos tempos, o nosso "Alvo de Estimação", justamente porque estimamos este País e o seu povo e achamos que é possível fazer melhor. E procuramos discutir quais as alternativas para que tal possa, de facto, acontecer.
Estamos longe, pois, de um discurso "aristocrático-pessimista". Muito raramente - admito que possa ter acontecido - nos limitamos a um "isto é tudo uma merda, não há remédio".
Ao contrário do que muitas vezes transparece, por exemplo, das crónicas de CFA, pessoa recorrentemente azeda e altiva em relação a este País. Na crónica referida, por exemplo (não sei se leu) tinha ido a Caracas e - admitindo que essa cidade tinha problemas - deixava no ar esta ideia: Lisboa é uma merda, Caracas é muito melhor! Ora bolas...
O mesmo será válido para muitos outros cronistas da nossa praça.
(Por outro lado, os níveis de responsabilidade são bastante distintos, não acha?)
Já tive a felicidade de conhecer vários países, em vários continentes, do "1º" ao "3º" mundo, uns mais ricos, outros consideravelmente mais pobres do que Portugal. E conheço bem o meu País. Ainda que, por vezes, me deixe exausto, ainda que se torne um alvo fácil, é em Portugal que quero viver. Não tenho uma atitude de crítica ambígua e constante e de arrogante superioridade e desistência.
Acredito que, geneticamente, nada está errado com Portugal ou com os portugueses.
Remeto-o, então, para a parte do post do "Céu sobre Lisboa" que o Manolo, mesmo aqui em cima nos comentários, destaca.
Entendo que os tiros que vamos dando no nosso "Alvo de Estimação" se enquadram mais nessa perspectiva e podem ser contributos positivos (leia, por exemplo, o que fui dizendo sobre o TGV: apesar de ser um "tiro" na política que está a ser seguida em Portugal, não acha - independentemente de concordar ou discordar - que é também a tentativa de um exercício de bom senso?)
No fundo, este "alvo de estimação" genérico traduz-se em posts onde falamos de situações concretas. O anónimo toma a parte pelo todo. Está no seu direito.
Ainda assim, o "Alvo" não é uma declaração de falta de amor ao País. Bem pelo contrário. Ele surge porque, no "Revisão da Matéria", estimamos Portugal. Ainda que, por vezes, nos sintamos exaustos. No fundo, também temos os nossos defeitos e fraquezas. Como, seguramente, você, caro anónimo. Como Portugal, bem entendido...
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