Regresso à bola

Regresso à análise da bola.

Sporting 2 - U. Leiria 1

Ponto essencial: o golo que o auxiliar não viu. Foi, de facto golo. A bola esteve toda lá dentro. Mas o que ninguém parece referir é que a bola nem devia ter lá chegado. Eu vi, no estádio, mesmo à minha frente, com estes meus olhinhos, ao vivo e a cores, o jogador do Leiria que cruzou depois a bola, recebê-la em posição evidente de fora de jogo. Também isto o auxiliar não viu. É claro que um erro não anula o outro, mas aquela bola não devia, sequer, ter chegado à área.

Os de Alvalade realizaram uma boa primeira parte. Douala rende mais encostado à direita, mas muitas das suas surtidas em velocidade acabam por resultar em... nada, já que a pontaria do último passe ou cruzamento deve ter ficado esquecida nos Camarões. Ao contrário, Nani, mais irreverente, jovem e inexperiente, consegue dar melhor sequência às suas iniciativas do lado esquerdo.

Mas a casa, assim, fica muito melhor arrumada. Peseiro punha, invariavelmente, Douala à esquerda e Moutinho à direita, provocando um sub-rendimento dos dois. Atente-se, aliás, na notória subida do nível da prestação de Moutinho. Liedson correu e lutou mas já nos deu melhores espectáculos.

Custódio traz outra segurança ao meio campo defensivo. Sá Pinto... bom, é generoso e lutador mas creio que a sua titularidade devia ser revista. Talvez João Alves acrescente mais classe na circulação de bola.

Os centrais, Beto e Polga, estiveram mais confiantes e autoritários. Tello não é defesa esquerdo. Resta saber se algum dia poderá ser um médio competente. É preciso que possa jogar na sua posição natural, à frente ou ao lado de Custódio. Falta, no plantel, um defesa direito. Miguel Gracia pode, eventualmente, revelar-se um central competente e Rogério joga muito à "brasileira", parado e paradinho. De momento é a melhor opção e marcou um excelente golo.

Carlos Martins continua a desperdiçar oportunidades para se afirmar. E Wender, o que se passa com Wender? E Pinilla? E Varela?

Para já, alcançou-se o mais importante, o regresso às vitórias, apesar da "tremideira" habitual na segunda parte. E é isso que mais conta.